Evangélicos e a crise ecológica

uma análise em perspectiva multidisciplinar

Resumo

O artigo apresenta uma análise da relação de segmentos evangélicos com a temática da crise ecológica, demonstrando a ausência deste assunto nas diferentes atividades das igrejas locais, como pregação, ensino, música, dentre outros. Seriam hipóteses explicativas desse comportamento: intepretações antropocêntricas do Gênesis; formação do protestantismo brasileiro voltado ao “celeste porvir”; visões escatológicas que consideram catástrofes ambientais como sinais da parusia, gerando imobilidade no enfrentamento da crise ecológica; propagação da teologia da prosperidade, que ajusta a fé cristã a anseios consumistas, potencializando a produção escalonária do meio ambiente para essa satisfação egocêntrica, sem uma ética de sustentabilidade. Para análise, utilizam-se bibliografias multidisciplinares sobre o assunto, com destaque para contribuições conceituais do pensamento teológico de Jürgen Moltmann. Propõe-se que a formação de novos líderes, com outros olhares sobre as questões ecológicas, poderia reverberar em novas concepções e práxis nas comunidades evangélicas em que atuam, em favor da vida em sua biodiversidade