A influência evangélica nas eleições presidenciais de 2018 no Brasil
Palavras-chave:
Pentecostalismo, Política Brasileira, Eleições presidenciaisResumo
Este artigo analisa a influência do segmento pentecostal-evangélico na política brasileira, com foco nas eleições presidenciais de 2018, em que esse grupo religioso emergiu como um ator político importante. O estudo investiga como as instituições pentecostais e seus líderes mobilizaram suas bases para apoiar Jair Bolsonaro, utilizando discursos morais, estratégias de engajamento e plataformas digitais. A hipótese central é que a agenda política das elites pentecostais se consolidou nas últimas décadas e encontrou, na candidatura de Bolsonaro, uma oportunidade para ampliar sua influência sobre pautas nacionais. A metodologia é qualitativa, fundamentada nos conceitos de representação a partir de Chartier e memória coletiva de Halbwachs e Ricoeur. Os resultados indicam que os pentecostais desempenharam um papel crucial na polarização eleitoral e na disseminação de narrativas conservadoras, fortalecendo a presença das igrejas na política institucional. Embora o voto evangélico não seja homogêneo, a instrumentalização da religião na política neste pleito estabeleceu um precedente significativo para futuras eleições, desafiando a laicidade do Estado e contribuindo para o acirramento das disputas ideológicas no Brasil.
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