Festa a São Benedito
Da Rabeca à Marujada
Palavras-chave:
Rabeca, São Benedito, Festejo, Religiosidade Bragantina, MúsicaResumo
Este artigo é resultado de uma pesquisa sobre a rabeca bragantina e sua relação com a Festa da Marujada – também conhecida como Festa a São Benedito (O Santo Preto). Neste contexto, a rabeca é um instrumento melódico de origem entre o mundo de fala árabe e o contexto em contorno pelo Mediterrâneo. Documentada como originária dos tempos da Idade Média na Europa Ocidental, de algum modo, ela é precursora do violino. Segundo Barbosa (2013), a rabeca tornou-se prevalente na Península Ibérica, no período de invasões dos mouros. Sua chegada ao Brasil advém dos portugueses, no período da colonização, século XVI. A recepção social desse instrumento se tornou um estofo para a criação do violino, na Itália, ao final do século XVI e início do XVII, período em que os primeiros violinos foram fabricados com uma proposta de um novo timbre, ou seja, mais límpido e mais apreciados pela nobreza. Portanto, é um instrumento muito presente na história musical em Portugal até o século XIX e, no Brasil, tem sua estada desde o século XVI, na qual está presente em várias regiões do país, tais como: Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, em todo o Nordeste, no Rio Grande do Sul e no Norte do Estado do Pará, em particular, no município de Bragança, onde ganha vulto na Festa a São Benedito. Neste festejo, tem um papel extremamente importante, pois é considerada pelos rabequeiros e devotos bragantinos como uma “arma” e, até mesmo, é classificada como a “voz” da Marujada. Este lugar conferido à rabeca traz importante valor em termos dos modos de vida cotidianos do povo bragantino, pois é uma síntese de afeto, cultura, sociabilidade e expressão religiosa.
Referências
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